Walmart, a rainha do varejo, casa-se com Advent International!

“Os clientes precisam encontrar na rede,

uma CASA BRASILEIRA.”

Advent International, uma private equity de extensão global que, há quase 3 décadas, investe no varejo em pelo menos 20 países, é agora a majoritária na operação Walmart Brasil.

Desde que comunicaram o processo de M&A ao mercado, a análise e negociação aconteceram de forma rápida, como era de se esperar. O negócio ainda não deve estar absolutamente concluído. A “práxis” tradicional em operações de Fusões e Aquisições similares nos sugere que, provavelmente, estejam agora na fase de Due Diligence regulatória, com aprovação no CADE, por exemplo, que é imprescindível na defesa econômica, além de outros órgãos igualmente importantes.

Muitos processos de M&A foram barrados pelos órgãos regulatórios (como aconteceu no mercado do aço) com o intuito de, inclusive, impedir monopólios. O que certamente não ocorrerá na referida transação!

Após conclusão das validações e aprovações, a Advent International será “dona” de 80% da operação nacional da rede Walmart Brasil, que ocupa a 3º posição no ranking dos maiores varejistas, somando todas as bandeiras do grupo disponíveis no país.

Eu não espero pouco desta parceria, visto que a nova majoritária tem expertise no varejo e um time de feras sob comando do Matheus Beccalli (VP) e Patrice Etlin (Managing Partner), que saberão impulsionar os resultados e o desenvolvimento, independente de quem seja o nome escolhido para ocupar a missão de um CEO, a partir daqui!

Seus mais de 55 mil colaboradores precisam reconhecer o novo líder e identificar uma “nova cultura”. É a cultura que dá estrutura à estratégia!

Os clientes precisam encontrar, na rede, uma “casa brasileira”! E, com isso, a experiência do consumidor precisa ser menos “chata” e o processo de compra, mais rápido e inteligente. Os ambientes precisam ser, não mais sofisticados e caros, porque seria um grande erro, mas, precisam ser menos frio, mais agradáveis e com espaços “cool” (digo isto, como arquiteto e consumidor).

Além disso, como gestor e especialista em prospecção, não consigo entender a escolha de certos pontos de venda. Espero, portanto, observar muito maior cuidado estratégico nestas decisões primárias, no futuro, porque ninguém faz milagres. Erros básicos iniciais comprometerão os resultados e o desempenho futuro de algumas operações individuais, que se refletirão no resultado global! Isso é importante, porque mesmo sendo uma rede com quase 450 lojas instaladas no país, ainda existem cidades com boa demanda a serem “mineradas” (sob perícia e acuidade, agora).

Ainda, alguns contratos de locação que pude observar pela vida, me fizeram pensar nas motivações de certas negociações, no alinhamento com os interesses da empresa e no foco em resultados. E, fico pensando se não valeria a pena investir na reavaliação de todos os contratos, para análise de possíveis renegociações (afinal, não é de melhoria de resultados que estamos falando?).

Obviamente, deverão acontecer revisões na estrutura organizacional e em todo o plano de hierarquização, porque precisa (muito), a fim de tornar as decisões mais assertivas e ágeis. Afinal, parafraseando Ricardo Amorim: “Uma empresa maior requer um governo menor!”. E, Como disse, originalmente, o Arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe: “Weniger ist mehr” (Menos é mais). A estrutura precisa ser mais leve para dar espaço a disrupção e para que haja efetividade no processo de renovação (novamente, não é de melhoria de resultados que estamos falando?).

Eu espero muito deste casamento!

Afinal, Advent International é um dos mais experientes investidores globais de private equity, com muita visão de negócios de longo prazo. Isto posto, eu também gostaria muito de ver a rede atuando em novas frentes, com novas tipologias de negócios e novos formatos, tanto físico, quanto digital!

Adaptar a rede para crescer em outros formatos

é vital e imprescindível!

De fato, gostaria de ver a rede “transformada”! Observo o sucesso e crescimento de todos, como quem contempla o por-do-sol. E, poderia elencar mais 100 pontos e elementos de necessária e urgente inovação, com extrema facilidade, sugerindo rotas e métodos para realização!

Claro que todo diagnóstico soa simples na boca de “outsiders” (olhando de dentro, estou mais para “insider externo”, como sugeriu Eugenio Mussak, em algum de seus excelentes textos. Porque estando fora, falo como se estivesse dentro). Contudo, como sou um inveterado “intrapreneur”, olho para esta “Transição Walmart Brasil” como se fora um “outsider interno” (expressão criada pelo professor Harvard Joseph Bower), com um enorme senso de luta, absolutamente consciente da complexidade da gestão deste processo e do imenso esforço que se deve empreender, a fim de manobrar este “transatlântico”.

Quem não gostaria de bancar esta briga juntos?

Dizem que por lá, na Advent International, estão entusiasmados com a mais nova parceria e casamento com a rainha do varejo mundial. E, nós também cultivamos boas expectativas e desejamos o melhor do futuro a todos!

Imagina se fossemos capazes de olhar para o espelho e vermos o reflexo do que seremos no futuro?

Então...